quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O LAGAR DE AZEITE DO SALGUEIRO!..

        Naqueles velhos tempos o Salgueiro tinha de tudo quanto era necessário à agricultura de base, desde a sementeira à transformação.
       Cultivava vinhas e tinha o seu lagar, semeava cereais tinha a eira e  máquina debulhadora, cultivava olivais e tinha o seu lagar de azeite. Os tempos mudaram, tudo desapareceu
         Hoje trago aqui o antigo lagar de azeite do Salgueiro desaparecido na década de sessenta.
       Está a aproximar-se o tempo em que começava a apanha da azeitona e o seu transporte para o lagar.
       Grandes mós de pedra rodando em tanque aquecido esmagavam a azeitona transformamdo-a em bagaço que depois de ser acondicionado nas ceiras de sisal eram submetidas ao aperto em prensa hidráulica que fazia escorrer para a tulha o azeite junto com a água-russa. Depois num processo simples dado que o azeite é mais leve que a água, fazia-se a separação dos dois elementos. Sobrava o bagaço já seco que também era aproveitado para servir de ração aos animais. Naqueles velhos tempos tudo quanto era tranformado a partir dos produtos derivados da agricultura se aproveitava. Como os tempos mudaram.
       
Recorda-me de nos meus tempos quando saia da escola, quase sempre já noite, o lagar de azeite era um local de paragem obrigatória. Primeiro ver aquela engrenagem toda funcionando puxada por um motor montado num tractor. Depois, era o único local aqui em redor que tinha electricidade. Era  produzida por um gerador movido por uma correia de transmissão a partir do veio de tambores e todo o edifício tinha iluminação exterior e aquilo que hoje é uma coisa banal naquela época não era assim.
       Este lagar estava em actividade contínua durante cerca de mês e meio.
       O lagar em si desapareceu ficando as paredes originais do edifício como mostram as fotos. Apenas algumas modificações nas portas e janelas, umas que se fecharam outras que se abriram dado que o edifício foi vendido e o seu actual proprietário transformou-o em casa de habitação rural.
RECORDAR É VIVER

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