quinta-feira, 20 de outubro de 2011

QUEM NÃO SE LEMBRA !...

                                             Salgueiro Bombarral


        Também podia dizer: quem ainda se lembra. Foi nesta casa que há mais de sessenta anos mais precisamente sessenta e um, que neste mês de Outubro eu e muitas outras criânças nesse tempo demos entrada para aprendermos as primeiras letras. O dia sete de Outubro era o primeiro dia de escola.
        Quantos por aqui passaram naqueles velhos tempos que não havia casa de banho, não havia transportes gratuitos a irem buscar-nos a casa, não havia refeitórios, as aulas começavam de manhã bem cedo e terminavam já de noite à luz de um candeeiro a petróleo vulgarmente chamado de Petromax já que electricidade era luxo de algumas vilas ou cidades.
        Citando o meu caso, saindo de manhã bem cedo com uma bucha na sacola, de Verão pelo pó do caminho, de Inverno pela lama desses mesmos caminhos e com sol ou chuva por entre pinhais e eucaliptais, lá vinha eu a pé percorrendo os dois quilómetros e meio que  separavam a minha casa  deste edifício a que se chamava escola.
        Esperava-nos uma professora que tinha um feitio difícil. A professora Mariazinha falecida há uns anos atrás com mais de noventa anos, apesar do seu feitio muito irascível, era uma pessoa tão dedicada ao ensino que marcou tão positivamente todas as pessoas que por ela foram ensinadas.
         Como são diferentes os tempos que hoje se vivem por essas escolas fora. O respeito dos alunos pelos professores é coisa do passado. Reclama-se por tudo e por nada.
         Nesta escola ainda conheci um professor chamado Pedro que vinha da Amoreira de Óbidos todos os dias de bicicleta. Vejam só - quem conhece a serra da Usseira para não citar o restante percurso, como eram as coisas naquele tempo.
         Na quarta-classe ainda conheci a Professora Graciela também já falecida, uma jóia de pessoa.

RECORDAR É VIVER.

1 comentário:

  1. Devia nos dias presentes haver um pouco desse passado, talvez a sociedade actual nao levasse o caminho que leva.

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