A placa topomínica com o seu nome |
Todas as terras sejam aldeias vilas ou cidades, têm a sua figura típica.
O Salgueiro não fugiu, nem presentemente foge a essa regra. Os tempos vão mudando e as pessoas vão desaparecendo para dar lugar a outras. É o ciclo da vida.
Mas hoje vou referir-me a Francisco Rosa Pimenta, mais conhecido pelo seu apelido Pimenta. Morava junto à capela do Salgueiro na rua que hoje tem o seu nome.
Quem subia a rua a casa de habitação era do lado direito e do lado esquerdo, a casa que lá existia também era da sua propriedade, tendo sido uma taberna a qual não me recorda de a ver funcionando como tal. Ambos os edifícios foram vendidos e transformados, não restando nada que lembre a sua casa.
Lembro-me bem que era um dos locais no Salgueiro onde por iniciativa do Ti Pimenta como lhe chamavam, se praticava a tradição de muitas localidades de Portugal, que era por mato na rua para as pessoas e os carros pisarem e dessa forma o mesmo se transformar em estrume para a agricultura.
Naqueles tempos dos anos quarenta e cinquenta, no inverno havia lama por todas as estradas e mesmo até à entrada da povoação. Era aquele imenso tapete natural que servia para limpar os sapatos (a quem os tinha), sobretudo aos domingos quando as pessoas se deslocavam para a missa dominical.
(Foto da net) |
Mas o Ti Pimenta era por muitas razões uma figura típica. Tão tipica que se resolveu dar o seu nome à rua onde morava. Hoje chama-se Travessa do Pimenta.
A sua tipicidade andava à volta da sua maneira de ser, dos seus animais vacun tinha vacas, e das resingas com o seu filho João. Há imensas histórias sobre partidas que lhe faziam e a forma como reagia a elas. Ainda hoje se costuma lembrar a vaca do Pimenta. Uma das coisas que frequentemente dizia era a previsão da data da sua morte e com que anos. Creio que nem uma coisa nem outra se veio a concretizar.
Mas de tudo quanto se possa ainda hoje invocar em seu nome uma coisa é certa: o Ti Pimenta era uma boa pessoa da qual ninguém que eu saiba tem alguma coisa a apontar em seu desmerecimento ou razão de queixa.
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